O melhor e mais intangível em nossas vidas, encontrado no mais tangível ao nosso olhar.

“Lar doce lar”, clássica expressão que nos remete ao lugar onde geralmente mais gostamos de ficar: a nossa casa, pois é o lugar que tem a nossa cara, o nosso estilo, ou pelo menos nos ambientes que mais ficamos, seja o nosso quarto, a cozinha ou a sala; mas digamos que a procura pelo conforto e tranquilidade está implícita na infindável busca pela real felicidade do ser humano, por isso o prazer nos faz sentir tão bem, seja ele qual for, desde a roupa nova ou um olhar da pessoa amada.

Essa busca pelo intangível, ou seja, o que não podemos tocar, mas que nos toca profundamente, como “o bem-estar”, “a satisfação”, “a alegria”, “o sentir-se realizado”, muitas vezes encontramos isso no tangível, que é o que pode ser medido, visto e tocado, como o sabor em deliciosa torta ou a felicidade em um abraço amigo.

Porém a satisfação e o prazer de uma viagem, de um alimento, de um evento e até de relacionamentos, acabam quando estes momentos terminam, sendo que para experimentarmos a mesma felicidade mais uma vez, torna-se necessário reviver estes instantes em nossas memórias, buscando fora do momento presente a sensação que agora não é mais gerada, ou ainda viver novamente a mesma situação que deu origem aquela sensação, o que nem sempre é possível, por isso a necessidade de vivermos cada instante de nossas vidas como único, pois pessoas que partiram e não estão fisicamente conosco (de forma tangível) não nos completarão mais, ou não preencherão mais aqueles momentos (o intangível).

Por todas estas razões, por mais que estejamos em um lugar maravilhoso, com pessoas maravilhosas, haverá uma hora em que ficaremos ansiosos por voltarmos “ao nosso cantinho”, ao nosso lar, percebendo que é em muitas vezes, o melhor lugar do mundo. Assim buscamos deixar “a nossa casa” cada vez mais com a sensação de “lar”, onde as boas impressões ao nosso redor nos aproximam da felicidade, como algo diário que de forma imediata e constante, torne prazeroso “viver o momento presente”, pois basta chegarmos em nosso lar e nos sentirmos como no colo de nossa mãe, que é uma das primeiras e melhores intangibilidades que percebemos em nossas vidas.